sábado, 21 de janeiro de 2012

Sabe a saudade

Às vezes apetece-me ir lá atrás, atrás na memória, no tempo. Relembrar os sons da minha meninice, relembrar os rostos, não a pessoa,mas os traços particulares que teimam dissipar-se na minha memória. Aqueles que tantas vezes olhava e pedia a Deus que não me deixasse esquecer.
Às vezes dou comigo a ver ruas, a olhar cores, a ouvir sons que teimam levar-me a tempos idos. E se às vezes fico feliz, contente porque elas retornam, aquecem, animam, outras vezes, esses mesmos fatores, entristecem. São como o algodão doce, desfa
zem-se tão rapidamente, vão tão velozes como vieram e sabe a pouco. Sabe a saudade. Sim, sabe a saudade, porque ela tem sabor. Sabe a amor, a gargalhada, a tristeza, a dor, a abraço, a beijo, a proteção, a paz... E assim, fico tentando conter este turbilhão de emoções que trazem tantas outras emoções e que servem de trampolim, para que a vida vá bem e de bem para comigo. Fica-me o gosto agridoce da saudade. A vontade de experimentar o futuro, sabendo que ele, porque é e está ali à minha frente, com novas ruas, novas cores, novos sons, será um dia, o passado, que também um dia irei relembrar e que certamente me animará e me fará, às vezes, ir lá atrás, atrás na memória, e no tempo...

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